O jovem rico.
Introdução:
Este, possivelmente, é um dos
fatos mais recorrentes em uma igreja evangélica: uma pessoa genuinamente
interessada no evangelho, que aceita um convite para caminhar com Cristo, após
alguns passos, desiste e volta atrás. Sobre isso, diz John MacArthur Jr., pastor
norte-americano: “A maioria daqueles que testemunham de Cristo com regularidade admite que é
relativamente fácil levar pessoas a professarem a fé. Todavia, levá-las a
seguir Jesus é uma experiência bem mais frustrante. Todos temos conhecido
‘conversos’ que, momentaneamente, parecem abraçar a idéia da salvação com
entusiasmo, mas que nunca chegam a seguir ao Senhor. Por quê?” (O
Evangelho segundo Jesus, 1991, p.88).
Em nossa igreja, semana após
semana, recebemos em nosso meio muitas pessoas têm se decidido por Jesus, que
procuram o pastor e se dizem ter o desejo de entregar a vida a Cristo, algumas
igrejas pessoas tem preenchido a ficha de decisão e sido encaminhadas para a
consolidação como aqui.
Será que a maioria delas não tem
perseverado, a curto ou médio prazo, por uma falha no discipulado inicial? Ou será que, ao refletirem e
entenderem melhor o que significa seguir a Cristo, elas retrocedem e abandonam
o caminho?
Buscando responder perguntas como
essas, penso que todo líder, pastor deve se fazer tal pergunta; o pastor
MacArthur fez uma reflexão sobre a história do encontro de um jovem rico com
Jesus, sobre a qual está baseada a ministração de hoje.
Texto-base: Mateus 19.16-22 “E eis que, aproximando-se dele um jovem,
disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
E ele disse-lhe: Por que me chamas bom?
Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os
mandamentos.
Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;
Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu
próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito,
vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem,
e segue-me.
E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades”
E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades”
Observando o texto, podemos
levantar seis pontos na vida do jovem rico, uns corretos e outros reprováveis,
e, a partir deles, retirarmos algumas reflexões e lições.
1. Sua motivação foi correta
O motivo que temos para fazer
alguma coisa é algo muito importante. Fala-se de motivação certa e errada.
No caso do jovem da presente
história, ele se aproximou de Cristo corretamente motivado.
Ele reconhecia que não tinha a
vida eterna e queria alcançá-la. Essa era a necessidade que o impulsionava.
Tinha tudo, menos a vida eterna.
A. Qual tem sido a sua motivação ao se aproximar e seguir a Cristo?
2. Sua atitude foi correta
O jovem não foi arrogante ou
presunçoso. Ele reconheceu as carências que tinha e procurou alguém que pudesse
ajudá-lo. O texto paralelo de Marcos 10.17 diz
que ele correu ao encontro de Jesus e se ajoelhou diante dele. Sentia
uma necessidade profunda e perturbadora e não tinha vergonha de demonstrá-la.
B. Você reconhece que é um necessitado de Cristo e age nesse
sentido?
3. Foi à fonte certa
O jovem não procurou por um
evangelista qualquer ou por um grande mestre da época. Ele foi à pessoa certa,
à fonte de vida eterna, ao lugar onde encontraria o que procurava.
Ele não se enganou e nem estava
se deixando enganar.
C. A qual fonte você tem recorrido para saciar a sua sede de vida?
4. Fez a pergunta certa
A Filosofia diz que a sabedoria não está nas respostas
que se dá, mas nas perguntas que se faz. O jovem fez a melhor pergunta que se poderia fazer a Jesus: “O que eu faço para alcançar a vida eterna?”.
A partir disso, ele encontraria o
que desejava. Jesus, entretanto, conhecendo o seu coração, lhe dá uma resposta
estranha. Ao invés de falar de fé e de arrependimento, Ele diz que para entrar
na vida, o jovem deveria guardar os mandamentos. Na resposta do jovem e na
continuação do diálogo, está o diagnóstico do seu coração.
5. Ele estava tomado pelo orgulho e não confessou sua culpa
Apesar de todos os acertos, faltava ao jovem uma
importante qualidade, a saber, um senso de sua própria pecaminosidade.
Respondendo a Cristo, ele disse
que desde a juventude observava fielmente os mandamentos (v.20; Mc 10.20).
“Que me falta ainda?”, replicou ele. Julgava-se aprovado quanto ao
cumprimento da Lei.
Por que, então, estava procurando
pela vida eterna? Será que tinha consciência de que se tratava de salvação da
morte espiritual provocada pelo pecado? Aparentemente, não. Pode-se afirmar,
conforme MacArthur, que “seu
desejo por ser salvo baseava-se no vazio de sua alma, talvez aliado ao desejo
de livrar-se de ansiedade e frustração e conseguir alegria, amor, paz e
esperança. Bons desejos, todavia, não constituem motivo completo para que
alguém se renda a Cristo” (O Evangelho segundo Jesus, 1991, p.95).
Não estava procurando por perdão
de pecados e salvação da morte espiritual, mas por solução de seus conflitos
internos. Fatalmente, não receberia nada, pois o próprio Jesus diz, em Mateus
5.3, que o reino dos céus é dos humildes de
espírito, ou seja, daqueles que reconhecem que são pobres espiritualmente
e pecadores que carecem da glória de Deus (Rm 3.23).
D. Por que você se aproximou e tem se aproximado de Jesus? Por que
reconhece que é um pecador que precisa de salvação? Ou, por quê, precisa
resolver problemas humanos?
E. Pare e pense: “Um evangelho que trata tão-somente da necessidade
humana, dos sentimentos humanos, dos problemas humanos, carece do verdadeiro
equilíbrio” (O Evangelho
segundo Jesus, 1991, p.96).
6. Ele não quis submeter-se a Cristo
Chegamos ao ponto de desistência
daquele jovem e, certamente, do da maioria daqueles que não persistem na
caminhada com Cristo. Jesus está confrontando e testando o jovem em sua justiça
própria e obediência à Lei.
Assim narra Marcos 10.21: “E
Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que
tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me”.
Jesus não está dizendo que para ser salvo obras de caridade são necessárias,
nem que é necessário abandonar tudo para se tornar um cristão. Ele está
testando a obediência do jovem e verificando como está o seu coração. Ao gerar
uma concorrência entre si mesmo e as riquezas do jovem, o resultado foi dado. O
verdadeiro discípulo deve estar pronto a fazer qualquer coisa que o Senhor lhe
peça.
F. Você está disposto a fazer qualquer coisa que Jesus lhe peça?
7. Em Gênesis
22.1-19, está registrada a emocionante história da prova que Deus fez
com Abraão.
Você daria para Deus algo
precioso que Ele te pedisse?
Conclusão:
Esse jovem é, aparentemente, um
bom exemplo de uma pessoa que está pronta para aceitar um apelo evangelístico e
preencher a ficha de decisão. Ele é que toma a iniciativa de ir até Jesus e lhe
perguntar o que é necessário para que seja salvo. Entretanto, após alguns
minutos de conversa, ele se retira triste e ainda perdido.
Qual é a razão disso? Não quis
renunciar ao que tinha para seguir a Cristo. Tinha muitos bens e não estava
disposto a abrir mão disso.
Se existe um princípio por traz
dessa história, é o que está em Lucas 14.33:
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não
renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”.
Aquele jovem, verdadeiramente estava
desejoso da vida eterna, ao perceber o custo que isso teria, desiste.
Cristo lhe coloca uma condição
para o discipulado: “Se queres ser perfeito, vai,
vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e
segue-me” (Mt 19.21).
Teria Jesus falhado na
evangelização? De maneira nenhuma. Ele apenas foi completo em sua apresentação
do evangelho, não o reduzindo a uma fé fácil. Ele não estava preocupado com
decisões, estatísticas, “ir à frente”, etc.
Queria uma conversão genuína que
gerasse um discípulo verdadeiro.
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