Relacionamentos.
Texto-base: Mateus 22.34-40
A depressão tem sido considerada pelos
especialistas como o mal do século. Um grande número de pessoas tem sido
fisgado por ela. Várias podem ser as causas para esse mal, dentre elas a falta
de um propósito de vida.
A ausência de respostas para perguntas
como “por que eu estou aqui?”, “para que eu existo?” mergulham o indivíduo no fundo poço da depressão. Ele percebe
está sem um norte, sem um rumo a tomar, e não tem motivação para continuar
caminhando. Isso pode alcançar qualquer tipo de pessoa, tanto as que são
consideradas bem-sucedidas quanto as que não o são. Os bens sucedidos, ao
conquistar o que tinham almejado, podem se sentir frustrados e insatisfeitos,
além de vazios de outros alvos. Os maus sucedidos têm que conviver com o
desgosto da não-realização de seus sonhos e com o questionamento de, se estão
no caminho certo ou não, se são pessoas competentes ou não.
As linhas acima, entretanto, deveriam
descrever a situação de alguém que não tem a Deus como Pai nem a Bíblia como
sua Palavra, ou, melhor dizendo, a regra de fé e prática daquele que fora
comprado pelo o sangue do Cristo. Primeiramente, o conceito de sucesso que a
Escritura oferece não é o mesmo da sociedade. Basicamente, ela (as sagradas
escrituras) considera bem-sucedido (ou bem-aventurado) aquele que vive de
acordo com a vontade de Deus. O Salmo 128.1, por exemplo, diz: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus
caminhos!”. Em segundo lugar,
e ainda dentro da perspectiva anterior, a Bíblia apresenta propósitos de vida
estabelecidos por Deus para o homem, os quais, se vivenciados, trazem a
realização e a alegria. Ele é o nosso criador e nos trouxe à existência com
“por quês” e “para quês”, muito bem definidos.
São vários os textos que falam dos
propósitos de Deus para nós. Um dos principais é Mateus 22.34-40,
que vamos meditar, mergulhar, aprofundar, até mesmo nos saciar do texto em
questão.
Os
fariseus eram um grupo de
religiosos judeus que estudavam e ensinavam a lei de Moisés e procuravam
cumpri-la minuciosamente. Certo dia, ao ficarem sabendo que Jesus havia ganhado
um debate contra os saduceus, seus principais rivais, eles se reuniram em
conselho e decidiram colocá-lo à prova com sua questão favorita. Eles haviam encontrado
vários mandamentos no Antigo Testamento e buscavam uma ordem prioritária para
eles. Um deles, então, perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?” (v.36). De fato,
essa pergunta levou o Senhor a expor quais são os mais importantes mandamentos
de Deus para o homem, que, se observados, resultam no cumprimento de todos os
demais. Eles expressam a vontade maior do Criador para a humanidade (ou do Pai
para seus filhos), sendo seus mandamentos, principais propósitos para
humanidade.
São
eles:
1. Ame o Senhor, o seu Deus.
Amar o Senhor é o primeiro e maior
mandamento. Jesus explica como deve ser esse amor, dizendo que temos que amá-lo
de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento (Mt 22.37).
Nesse imperativo, a ênfase está na palavra
“todo” (e sua variável “toda”), que aparece três vezes. Por ser
Ele o único Senhor, e não há Deus como o nosso Deus, por isso diz a palavra veterotestamentário
(Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Deuteronômio 6:4), é necessário que o amor a Ele envolva o todo do ser humano. Ele não
admite, dividir a devoção do homem com outros deuses (Dt 5.7; “Não terás outros deuses diante de mim”. Êxodo 20:3), porquê, tais deuses demiurgos são
falsos. Sendo assim, imagens de escultura não devem ser feitas e adoradas (Dt 5.8-10; Ex 20.4,5).
Jesus, na verdade, faz uma citação de Deuteronômio 6.5 ao responder à pergunta do fariseu.
“Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e
os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que os
cumprísseis na terra a que passais a possuir;
Para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados.
Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o Senhor Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
Para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados.
Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o Senhor Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
E estas palavras, que
hoje te ordeno, estarão no teu coração;
E as ensinarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te e levantando-te.
Também as atarás por
sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.
Naquele contexto, Moisés estava
discursando ao povo, relembrando-os das ordenanças que haviam
recebido do Senhor, principalmente os Dez Mandamentos. Pode-se afirmar que, de
alguma maneira, o “amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma e de toda a tua força”, é um resumo dos quatros
primeiros mandamentos, ou um resultado do cumprimento desses. Aquele que
observa os Dez Mandamentos demonstra, assim, o seu amor a Deus e, em
contrapartida, o que ama a Deus, o faz também, buscando obedecer aos
mandamentos do Senhor, e obedecer ao Deus dos mandamentos. Obedecer demonstra
respeito, obedecer demonstra devoção e obedecer demonstra adoração
a Deus.
“Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão; Não terás outros deuses
diante de mim;” Deuteronômio
5:6,7
Perguntas:
ü Você tem amado a Deus com o todo, do seu
ser, ou tem havido uma concorrência quanto a isso no teu interior? Quais são os
“outros deuses” existentes na sua vida?
ü Como está a sua observância e obediência
aos mandamentos de Jesus?
2. Ame o seu próximo.
Amar o próximo é o segundo mandamento. Aqui,
Jesus também faz uma citação do Antigo Testamento “Não te vingarás nem
guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Eu sou o Senhor”. Levítico 19:18
Quanto a esse imperativo, há um
interessante detalhe. Jesus
diz que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro (Mc 12.31). Isso significa que “amar a Deus” não é mais importante do
que “amar ao próximo”. Ambos têm o mesmo peso e valor.
João
confirma e amplia esse
ensino em sua primeira epístola. Ele adverte: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que
ama a Deus ame também a seu irmão” 1 Jo 4.20:21.
Sendo assim, é impossível cumprir o
primeiro mandamento descumprindo o segundo.
Neste caso, Jesus também explica como deve
ser esse amor, dizendo que se deve amar ao próximo como ama-se a si mesmo. O
amor próprio passa, basicamente, pelo desejo de bem-estar e sucesso, promovidos
tanto por si mesmo quanto por relacionamentos.
Da mesma maneira, deve-se amar o outro.
Jesus desenvolve esse ensino no Sermão do Monte, quando diz: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim
fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”. Mt 7.12
Essa é a chamada regra de ouro, bem
conhecida da sociedade em geral. Devemos amar o próximo como gostaríamos de ser
amados e como nos amamos. Como, entretanto fazer isso na prática? Aqui também
os Dez Mandamentos estão presentes. Os seis últimos mandamentos falam de como
amar ao próximo. São eles: “Honra
a teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se
prolonguem os teus dias e para que te vá bem na terra que o Senhor, teu Deus,
te dá. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo. Não desejarás a casa do teu próximo, nem
o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma do teu próximo” Dt 5.16-21. Todos esses imperativos legislam sobre o
relacionamento de alguém com o seu próximo (seja ele o pai, a mãe ou qualquer
outra pessoa) e, quando observados, resultam em demonstração de amor daquele
que os prática para com o outro.
Jesus
acrescenta um pouco mais a este segundo mandamento.
Um novo mandamento vos
dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns
aos outros vos ameis.
João 13:34
João 13:34
Jesus amplia ainda mais, não apenas amar o
próximo como a te mesmo, más, amar o próximo do mesmo jeito que Jesus o ama.
Pergunta:
ü Você tem dito que ama a Deus e também tem
odiado a seu irmão?
ü Pense: o que você gostaria que os outros
fizessem a você? Está disposto a fazer isso a eles?
ü Como está a sua observância quanto aos
Mandamentos?
Conclusão:
Jesus encerra a sua resposta dizendo: “Destes dois mandamentos dependem toda a
Lei e os Profetas”.
Lei é o nome que os judeus dão aos cinco
primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), os quais também podem ser chamados de Pentateuco.
Profetas é uma denominação que faz menção a grande
parte dos livros do Antigo Testamento (Josué, Juízes, Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).
Os
demais livros são chamados de Escritos. É assim que os judeus classificavam até hoje os livros do Antigo
Testamento.
A
Lei e os Profetas revelam
o caráter e a vontade de Deus para o ser humano. Sendo assim, o que Jesus disse
é que quando alguém ama a Deus e ao próximo ele está automaticamente observando
a totalidade dos mandamentos de Deus manifestos nas Escrituras.
Em
contrapartida, quando uma
pessoa não age assim, ela está transgredindo também todas essas ordenanças. Amar a Deus e amar ao próximo
resume toda a vontade de Deus para o homem. Esses imperativos falam de
relacionamentos. O anseio do Criador é que as pessoas se relacionem bem com Ele
e umas com as outras, como foi no princípio (Gn 1,2).
Assim agindo, estaremos cumprindo os propósitos divinos para nós.
“E esta é a mensagem que
dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.
Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.
Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.
1 João 1:5-7
Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.
Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.
1 João 1:5-7
Desafios:
1.
Elimine
de sua vida toda concorrência que o seu amor a Deus tem encontrado (trabalho,
escola, família, amigos, idolatria e etc..
Ou seja, coisas semelhantes a essas). Ame-o de todo o coração, de
toda a alma e de todo entendimento;
2.
Comece
a praticar, o fazer aos outros o que você gostaria que fizessem com você.
Se você gostaria que as pessoas te ligassem no dia do seu
aniversário, faça isso com elas. Se você gostaria de ser chamado para sair,
faça isso com alguém. Não fique parado esperando as pessoas fazerem algo por
você.
Faça você algo por elas.
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